A saúde intestinal é fundamental para nosso bem-estar, contribuindo na prevenção de doenças intestinais, além de desempenhar importante função no sistema imunológico.
No intestino acontece uma parte da digestão, a absorção de nutrientes (vitaminas e minerais) e água a partir dos alimentos. Sendo assim, para atingir um bom equilíbrio entre a ingestão de nutrientes, a absorção deve estar adequada. Não adianta ter uma boa oferta de alimentos em relação a qualidade e quantidade, se o intestino não estiver em condições de absorver os nutrientes.
Para isso, é importante o equilíbrio da microbiota intestinal, que pode ser definida como a população de microrganismos existentes no trato gastrointestinal humano.
Recentemente, alguns estudos mostraram que atletas e praticantes de exercício físico podem apresentar uma maior diversidade na microbiota intestinal em comparação à indivíduos sedentários. Mas como isso é possível?
O exercício físico melhora a atividade produtora de ácidos graxos de cadeia curta, que acabam controlando a população de bactérias “patogênicas” (bactérias que podem produzir algum tipo de doença).
Além disso, o exercício promove a melhora a população das bactérias comensais, que protegem contra a inflamação intestinal.
Porém, quando falamos em esporte de alto rendimento, o exercício físico de alta intensidade pode aumentar a incidência de infecções do trato gástrico e trato respiratório superior, podendo alterar o sistema imune em diversas partes do organismo.
Ademais, o exercício físico intenso e prolongado pode alterar negativamente os processos de absorção intestinal, em alguns casos acarretando na maior ocorrência de diarreia.
Visto isso, para um bom equilíbrio da microbiota sendo atleta ou não seria uma adequada ingestão de líquidos e inclusão de alimentos fontes de fibras (Frutas, legumes e verduras, cereais integrais). Recomendação da ingestão de fibras é 25 a 30 gramas por dia.
Além disso, a suplementação de probióticos, que são microrganismos vivos que contribuem para saúde e equilíbrio da flora intestinal tem se destacado. Sendo relacionada na diminuição de infecções e melhora do sistema imune no exercício. Porém, em relação a uma melhora de desempenho, os resultados são inconclusivos.
Alguns estudos relacionam a utilização de probióticos muda, principalmente em maratonistas, a questão do “humor” que tem conexão extremamente importante com o funcionamento do intestino. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis.
Quando se tem uma disfunção intestinal, uma das consequências se dá pela falta de tolerância, capacidade de interação do indivíduo.
Sendo assim, a atividade física regular, ingestão de fibras diária, uma alimentação equilibrada e a utilização de probióticos podem apresentar uma proteção sobre diversas infecções intestinais, podendo ter uma “proteção” contra doenças intestinais que acometem a população do mundo. Resultando em um bom equilíbrio na microbiota intestinal e na saúde do intestino.
Pietro Zacaro – CRN 54409/9 – @pietrozacaro
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