Isso é o que alerta um cardiologista do Hospital do Coração de São Paulo. Leonardo Piegas, também coordenador do Programa de Infarto Agudo do Miocárdio HCor, alerta sobre os processos do corpo ao lidar com uma situação de estresse repentino, aumentando significativamente as chances de causar um infarto.
Uma reação natural do corpo
O que acontece é basicamente uma reação natural do corpo ao passar por uma situação em que o estresse acontece do nada e em uma intensidade acima do convencional. Alguns hormônios como a adrenalina e noradrenalina são liberados e causam uma redução dos vasos sanguíneos, espasmos de artérias e aumento na pressão arterial. Com isso, existe também um aumento na frequência cardíaca.
Essa reação natural do corpo é o que te prepara para uma situação em que seja necessário um grande esforço físico. Com essas alterações repentinas de hormônios e fluxo sanguíneo, alguns órgãos e músculos recebem mais sangue, o que facilitaria caso você precise correr, por exemplo.
O problema, na verdade, está na frequência em que isso acontece com o corpo: “Os hormônios do estresse, também chamados de catecolaminas, são estimuladores da musculatura do coração, fazendo com que ele contraia e relaxe. Quanto mais o coração passa por esse processo, mais esse sistema fica ineficiente”, alerta o cardiologista.
Aumento nas chances de ter um infarto
Sendo assim, passar por grandes situações de estresse dentro de sua rotina pode fazer com que todo o sistema que controla os impulsos de seu corpo e que coordenam o funcionamento adequado de seu coração venha apresentar falhas, aumentando as chances de se ter um infarto.
Esse quadro só piora com a combinação dessa situação com doenças e problemáticas que contribuem negativamente para a saúde cardíaca, como a obesidade, sedentarismo e hipertensão, por exemplo.
Para fugir do estresse, o profissional recomenda: “Hábitos e estilos de vida saudáveis, além do cultivo de hobbies para relaxar são fundamentais para blindar as dificuldades a que somos expostos todos os dias”, diz. O acompanhamento médico também faz parte do controle do problema. “A espiritualidade, emoções e os comportamentos também devem ser analisados, mesmo que por um médico cardiologista. Pois tudo isso diz muito sobre como o paciente vai enxergar e aceitar o tratamento”, finaliza.