Uma das grandes pautas atuais no mundo da parentalidade é a respeito de como nossas crianças e adolescentes estão se desenvolvendo emocionalmente, principalmente no contexto das novas tecnologias imersivas e a intensificação da vida social baseada na experiência digital, com as mídias sociais.
É importante prezar pela saúde mental e emocional de nossos jovens, prevenindo que surjam feridas neste campo, atrapalhando um desenvolvimento saudável rumo à vida adulta.
O desenvolvimento neurológico
A neuropsicóloga Adriana Fóz, Diretora Clínica da Unidade Integrativa Santa Mônica e da Neuroconecte, aborda a questão da saúde emocional e mental dos adolescentes. A profissional pontua que é nessa fase de vida que o cérebro está finalizando o desenvolvimento da área pré-frontal, responsável por funções como o controle de impulsos emocionais. Sendo assim, o adolescente passa por um processo de fragilidades e potências, podendo desenvolver distúrbios psiquiátricos por conta deste fato.
Adriana defende que os maiores cuidados durante essa fase devem ser liderados por duas frentes: a família e a escola. Isso significa que os pais e os profissionais da educação precisam estar cientes das condições neurológicas que adolescentes passam, fornecendo orientações adequadas quanto aos diversos assuntos da vida social.
É importante salientar a vida social, pois é nesse período que ameaças comuns podem surgir, como o bullying e outras disfunções ligadas à auto-estima do jovem. É papel da família e da instituição de ensino zelar pelos adolescentes para que essas questões não tomem conta de suas vidas, atuando como conselheiros e protetores, de forma ativa na prevenção desses problemas.
Adriana reforça que o cenário ideal é escolas com espaços abertos para a discussão sobre a saúde mental dos jovens, com rodas de conversas e a presença de especialistas que estimulem o diálogo entre adolescentes e educadores.
Quando procurar por ajuda
Dados revelam que os casos de suicídio aumentaram de 2000 a 2015 nas faixas de idade correspondentes à adolescência: 65% entre pessoas com idade entre 10 a 14 anos e 45% entre 15 a 19 anos, mais do que a alta de 40% na média da população.
Dessa forma, é importante zelar pelo estado emocional de jovens e adolescentes, buscando a ajuda profissional em indícios de distúrbios sociais e psicológicos. Não deixe que o problema tome complexidade e tome ações em prol da saúde de seu filho.